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Dois de Julho: heróis imortalizados na luta pela independência na Bahia

Um dos pontos altos do desfile cívico do Dois de Julho, que ocorre nesta segunda-feira (2), da Lapinha ao Campo Grande, é a exaltação aos heróis da luta pela independência do Brasil na Bahia. Além dos caboclos protagonizando o cortejo, que percorre o Centro Antigo e Histórico da capital baiana, personagens como Maria Quitéria, Joana Angélica, Maria Felipa e o Corneteiro Lopes serão devidamente homenageados. O BNews conta de forma resumida a atuação de nossos heróis, fundamentais para a independência da Bahia, declarada no dia 2 de julho de 1823..

MARIA QUITÉRIA: Maria Quitéria é considerada a maior heroína das lutas pela independência baiana. Entrou voluntariamente no Exército para lutar contra as províncias que não reconheciam Dom Pedro como imperador. Foi para o Exército escondida do pai, porém, após duas semanas foi descoberta, mas o major José Antônio da Silva Castro não permitiu que ela fosse desligada, por reconhecer sua disciplina militar e habilidade com as armas. Maria Quitéria participou da defesa da Ilha da Maré, da Pituba, da Barra do Paraguaçu e de Itapuã. Reformada com o soldo de alferes, Maria Quitéria voltou para a Bahia com uma carta do imperador dirigida a seu pai, requerendo perdão pela desobediência. Morreu aos 61 anos de idade no anonimato.

JOANA ANGÉLICA: A história de Joana Angélica ficou marcada pelo sacrifício da própria vida ao enfrentar o exército português. Aos 20 anos e de família abastada, optou pela vida monástica no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, em Salvador. Com a revolta dos soldados brasileiros contra a nomeação do brigadeiro lusitano Inácio Luís Madeira de Melo para comandante das armas da província (1822), soldados portugueses derrubaram a porta do convento a golpes de machado. Joana Angélica enfrentou os soldados lusitanos e teve o peito atingido por baionetas e faleceu pouco depois. Tornou-se a primeira mártir da grande luta.

MARIA FELIPA: Maria Felipa de Oliveira é conhecida pela população da Ilha de Itaparica como “Heroína Negra da Independência”. É descrita como uma negra alta e forte, que vestia saias rodadas, bata, torso e chinelas. À frente de um grupo de mulheres e homens de diferentes classes e etnias, fortificou as praias com a construção de trincheiras, organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo e vigilância das praias, feito dia e noite, a fim de prevenir o desembarque de tropas inimigas além de participar ativamente de vários conflitos. Liderou aproximadamente 40 mulheres na defesa das praias de Itaparica. Armadas com peixeiras e galhos de cansanção surravam os portugueses para depois atear fogo aos barcos usando tochas feitas de palha de coco e chumbo.

CORNETEIRO LOPES: O corneteiro Luís Lopes protagonizou uma das passagens fundamentais na Batalha de Pirajá. O exército português era mais numeroso, melhor equipado e treinado e a vitória era dada como certa. Diante da iminente derrota, o Comandante Barros Falcão ordenou o recuo das tropas brasileiras. Entretanto, em vez do toque de recuar, o corneteiro Luís Lopes deu o sinal para a cavalaria avançar e, em seguida, o de degolar. A tropa lusitana acabou partindo em retirada, supondo que os brasileiros tinham recebido reforço. A história do corneteiro é colocada em questionada, devido ausência de documentos históricos que comprovem a sua existência, além do episódio soar como lendário.

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