A Polícia Civil investiga se um líquido e um chocolate podem ter provocado a morte de uma mulher e duas filhas, na cidade de Maragogipe, no recôncavo da Bahia. O material, que não teve detalhes divulgados, foi encontrado na casa da família. As vítimas morreram após mal-estar com sintomas parecidos, em dias diferentes, dentro de uma quinzena. As meninas tinham 2 e 5 anos.
O caso está sob investigação. Segundo a polícia, os dois materiais apreendidos foram encaminhados para perícia, no Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Santo Amaro, na mesma região do estado. O exame deve ficar pronto nos próximos dias. O laudo cadavérico das vítimas também é esperado. De acordo com o delegado Marcos Veloso, titular da cidade de Maragogipe, a suspeita é de que mãe e filhas tenham sido envenenadas.
Um cachorro de estimação da família também morreu. “Tudo indica que ele também deve ter consumido alguma espécie de veneno, que causou sua morte. Eu também não quero colocar aqui, nesse momento, os possíveis suspeitos, mas já temos duas linhas de investigação”, contou o delegado. A família morava no distrito de Nagé. O único sobrevivente da casa é o marido da vítima e pai das crianças, identificado como Jeferson Brandão, que deixou o imóvel após o caso.
Ele foi ouvido nesta quarta-feira (15). De acordo com o delegado Marcos Veloso, o homem estava abalado e negou envolvimento nas mortes. “Ele nos relatou que vivia muito bem com a família, com as crianças. Relatou, inclusive, que se converteu há pouco tempo na religião evangélica, e que não tem nenhum envolvimento com esses crimes”, disse o delegado. Vizinhos contaram à TV Bahia que nunca testemunharam brigas na família.
A irmã de Jeferson, Josiana Brandão, defende ele. “São pessoas que nós amávamos. Então, está doendo. Não só no coração dele, que é esposo, que é pai, mas sim em nós, que somos família. O Deus que nós servimos não vai deixar ninguém com dúvida. Tudo vai ser esclarecido”, disse.
De acordo com a polícia, a primeira vítima foi Greicy Kelly Santos da Conceição, de 5 anos. Ela passou mal no dia 30 de julho e chegou a ser levada para o um hospital na cidade de São Félix, ao lado de Maragogipe, mas não resistiu. Em seguida, no dia 6 de agosto, a irmã dela, Ruth Santos da Conceição, de 2 anos, também passou mal. Na segunda-feira (13), a mãe das meninas, Adriane Ribeiro Santana Santos, também teve um mal-estar.
As duas foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Maragogipe, mas também não resistiram. Segundo os dois médicos que atenderam a família, as vítimas salivavam muito e apresentavam um quadro de hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) quando chegaram às unidades de saúde. Todos os três casos ocorreram em segundas-feiras seguidas.
Na tarde da terça-feira (14), Adriane Ribeiro foi enterrada. O sepultamento foi realizado no povoado de Nagé. Durante a cerimônia, o marido dela passou mal. Ele foi socorrido e levado para a UPA de Maragogipe, onde foi atendido e, em seguida, liberado. (G1/Ba)