Um adolescente de 13 anos matou a própria mãe e o irmão mais novo, de 7 anos, a tiros dentro de casa no último sábado (19), no município de Patos (PB), no sertão paraibano, a 308 quilômetros de João Pessoa. O pai do jovem, que guardava uma arma de fogo na residência por seu trabalho como policial militar, também foi baleado, mas sobreviveu. O PM reformado, de 56 anos, foi socorrido a um hospital da região. O caso chocou os moradores do bairro Jardim Guanabara.
Em apuração do Globo, o delegado Renato Leite contou, em entrevista à “TV Sol” publicada em vídeo na página da emissora no Facebook, que a ação foi motivada por uma disussão sobre notas baixas que o jovem estaria levando na escola. Além disso, ele também queria continuar a jogar online e, conforme disse em depoimento, se sentiu “pressionado” por cobranças tanto para estudar quanto para cumprir com suas tarefas domésticas.
“Estava tirando notas baixas porque em casa só queria saber de estar jogando esse jogo” disse o delegado. “O menino, quando era cobrado pra arrumar uma cama ou então enxugar uma louça, disse ele que se sentia pressionado. E por esse motivo hoje foi a gota d’água. E ele se armou com a arma do pai e fez o que fez, infelizmente”, completou.
Ao Globo, Leite disse que o caso foi registrado como um procedimento especial envolvendo menor de idade num contexto de violência doméstica, considerando que as vítimas foram a mãe e o irmão, que morreram, e o pai do autor, gravemente ferido. Segundo o delegado, o adolescente está sozinho numa sala revervada para menores de idade na carceragem da Polícia Civil da Paraíba, aguardando a audiência de apresentação e a decisão judicial.
“A gente representou pela internação provisória do menor e, provavelmente, deve ser isso que vai acontecer. Após a audiência judicial, ele deve ser encaminhado ao Centro de Internação de Adolescentes aqui da Paraíba, que fica no município de Sousa, no sertão”, acrescentou.
A investigação foi concluída e, para finalizar o caso, falta apenas anexar alguns laudos periciais. Leite afirmou que o pai do estudante tinha dado uma saída rápida para comprar um remédio para a mãe, que estava com dor de dente e, naquele momento, dormia no quarto do casal. Antes disso, porém, pegou o celular do filho por causa do mal desempenho escolar. O jovem então pegou a arma de fogo, que estava “bem guardada” em um “armário de ferro fechado” no escritório do pai, conforme descreveu o delegado. (Bahia Notícias )