Embora tenha feito críticas à China em diversas ocasiões, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia que não insultou o país asiático e que suas declarações não prejudicaram a aquisição de insumos necessários à produção de vacinas.
“Nada que eu tenha feito pode ser levado a qualquer percalço no fornecimento de insumos”, afirmou, em depoimento à CPI na manhã desta terça-feira (18). Ele inicia a terceira semana de oitivas na comissão.
Em meio a essas desculpas, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSDB-AM), interveio para lembrar a Araújo que ele jurou dizer a verdade. O parlamentar ressaltou que o ex-chanceler fez diversas declarações anti-China e discutiu diretamente com o embaixador chinês. “Se isso não é se indispor com país que tem relações comerciais importantes com a gente, eu não entendo mais como se faz relações internacionais”, frisou.
Ainda assim, Araújo manteve a justificativa de que seus comentários não eram insultos. Segundo ele, ao falar em “comunavírus”, sua intenção não era associar o vírus ao comunismo, mas fazer uma referência a um autor que apontava as ações adotadas para conter a pandemia como propulsoras para estabelecer o comunismo.
CPI DA PANDEMIA
Ernesto Araújo é o sétimo a depor na CPI da Pandemia. Antes dele, os senadores colheram depoimentos dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, do atual ministro Marcelo Queiroga, do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, od gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e do ex-secretário especial de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten.
A previsão é de que o general Eduardo Pazuello, também ex-ministro da Saúde, deponha nesta quarta (19), mas o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu autorização para que ele possa ficar em silêncio. Com esses e outros depoimentos, a comissão tenta esclarecer as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia. (Bahia Noticias)