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Vice de Ciro, Kátia Abreu foi de líder do agronegócio a defensora de Dilma no impeachment

Duas eleições presidenciais separam a Kátia Abreu vencedora da láurea irônica Motosserra de Ouro, concedida a ela pelo Greenpeace em 2010, à Kátia Abreu candidata à vice-presidência na chapa de Ciro Gomes (PDT), como anunciado neste domingo (5). Nesses oito anos, a senadora de 56 anos passou por três partidos (DEM, PSD e MDB) até filiar-se ao PDT, em abril deste ano, para disputar a eleição suplementar ao governo do Tocantins, seu estado. Não chegou ao segundo turno.

Pecuarista, Abreu presidiu a Confederação Nacional da Agricultura. Chegou ao Senado em 2006 e foi reeleita em 2014. No ano seguinte, assumiu o Ministério da Agricultura no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), já no MDB. A senadora se tornou uma das amigas mais próximas da petista e uma de suas principais defensoras durante o processo de impeachment.

Quando o MDB do então vice Michel Temer desembarcou do governo, ela se recusou a deixar o ministério. Acabou sendo expulsa do partido. Em 2015, Abreu jogou vinho na cara de José Serra (PSDB), colega de Senado e ex-aliado político —em 2010, cogitou-se que ela seria sua candidata a vice na eleição presidencial, contra Dilma. Ela chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto para a eleição suplementar do Tocantins, em 2 de junho. No entanto, ficou de fora do segundo turno do pleito, que acabou elegendo o governador interino Mauro Carlesse (PHS).O resultado desanimou a pedetista.

A dias do segundo turno, a senadora disse à Folha que não sabia se voltaria a disputar o cargo em outubro. Apontou dificuldade de conseguir recursos, com a proibição de doações empresariais, para competir com a máquina estatal. Kátia Abreu foi citada em delação da Odebrecht, na Operação Lava Jato. Executivos da empreiteira disseram ter repassado R$ 500 mil para sua campanha em 2014 em caixa dois eleitoral —ela nega. A senadora não foi indiciada.

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